Sai do armário
Ondovato por mim mesmo - Uma biografia meio inventada
Ora, mas o que queres saber de mim? Quem sou, o que faço, o que quero, é isso? No mundo em que vivemos, e que tu ajudaste a construir, parece muito relevante, não é mesmo? Vivermos da vida alheia, do espelho do outro. A importância do sujeito, do indivíduo social, com quem se relaciona, os lugares que frequenta, o extrato bancário. Eu sei!, é assim que pensas. Tu não, quase todos. Por sorte, ainda há exceções. Por enquanto.
Vá lá, se vai te satisfazer, ser curioso!, atenderei tuas inquietações. Responderei a essas e outras perguntas, mas sem muito critério, do jeito que vier à mente. Basta eu já me sujeitar à tua vontade, não cederei submisso à tua ordem.
Sou uma personagem. Sim, uma personagem de mim mesmo, um ente dentro de outro ente. Um ente do ente, ou doente, como preferires. Assim o digo porque preciso dessa casca, um nome sobre o nome, carne!, carne burocrática. Sou eu e não sou eu. Tu entendes. Por isso, doente. Todos que precisam se esconder por trás de um papel, outra personalidade, uma redoma, são sujeitos adoentados em sua ilha, no mar revolto ou no marasmo. Não sei o que é pior.
Sinto-me um intruso, o velho clichê: forasteiro em sua própria terra. Conheço cada palmo de chão antes do precipício, mas o chão não mais me conhece. Meus pés passaram décadas caminhando outros solos, meus olhos vislumbrando outras paisagens, meu peito se nutriu de outros ares. O reencontro foi brutal, avassalador. Só o Amor nos sobrevive.
Mas o que faço neste mundo virtual? E te respondo: necessidade! Aqui não é possível ser anônimo, é preciso ter nome, trajetória. Aqui descobri que sentir-se artista não é o suficiente, há de se ter um caminho, uma estrada percorrida até o presente. Ocultar-se não é permitido.
Por isso me exponho. Um tanto vaidoso, um pouco perdido, há muito passado.
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