- Quando te vi rodando com aquele saião colorido, no passeio da praça, e depois aquele sorriso, me apaixonei. Sério!
Nunca imaginei que após oito meses trancafiado num apartamento, assim, na primeira vez que saísse, iria dar de cara com um anjo do Paraíso. Como poderia prever que o amor sorriria pra mim de supetão, no fim da tarde da sexta do retorno?!
Tu não és daqui, né? O que houve? Ficou presa no lockdown?
Vem! Vamos tomar uma cerveja, o Bar do Parque é logo ali, só atravessar a rua.
Vem! Vem! Qual é? Tu és a coisa mais linda que eu já vi.
O Tenoné-Guajará o pegou em cheio a um passo do meio-fio, estilhaçando o para-brisa e deixando um rastro vertical vermelho na lustrosa pintura amarela, a partir de um ponto circular, justamente onde seu crânio foi partido em dois.
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