O primeiro passo de Caio para fora do prédio foi com o pé direito. Fez questão! Como bom católico não praticante, ainda fez a mesura e o indefectível sinal da cruz. E foi. Depois de oito meses, e por ser sexta-feira, preferiu não ir longe. No meio da quadra, do outro lado da rua, ficava o Bar Quitéria, famoso pé sujo onde era possível comer a melhor porção de macaxeira cremosa da cidade.
Sentia-se eufórico, olhava nos olhos dos passantes. Se não estivesse de máscara, veriam que sorria. Talvez percebessem. Queria abraçar, beijar, lamber. Mais tarde encontraria alguns amigos, e abraçaria. Muito. Agora, se contentaria em saborear uma cerveja gelada e os cubos de macaxeira numa mesa de calçada. Parou. Quase um susto. E veio a gargalhada. Acima das quatro mesas vazias, um novo letreiro: VRÍRUS.
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